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Dom José Ionilton destaca desafios da Prelazia do Marajó e reflete sobre o pontificado do Papa Leão XIV

Em entrevista, o bispo fala sobre os desafios eclesiais, sociais e ambientais da região e compartilha sua visão sobre o futuro da Igreja sob o novo pontificado.

Na Prelazia do Marajó, região marcada por desafios e complexidades sociais, ambientais e eclesiais, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira compartilhou sua visão sobre os principais problemas enfrentados pela Igreja e as comunidades locais. Em entrevista, o bispo destacou a necessidade de uma Igreja mais missionária e próxima dos mais vulneráveis.

Desafios eclesiais, sociais e ambientais

Dom José Ionilton iniciou ressaltando que a Prelazia do Marajó enfrenta desafios em três frentes principais: eclesial, social e ambiental. “Nós temos um número baixo de padres locais, dependemos de missionários de fora. A compreensão da Igreja, muitas vezes, se limita a sacramentos e celebrações, quando deveríamos ser uma Igreja em saída, missionária e samaritana”, explicou.

No campo social, o bispo destacou a realidade de muitos municípios com baixos índices de desenvolvimento humano (IDH), onde as famílias dependem de programas sociais e enfrentam dificuldades de acesso à educação, saúde e assistência social. “Quem está nas comunidades ribeirinhas passa por mais dificuldades, com acesso limitado a serviços essenciais”, apontou.

Quanto aos desafios ambientais, Dom Ionilton mencionou o desmatamento, a pesca predatória e a contaminação de águas com agrotóxicos, problemas que impactam diretamente a sobrevivência das famílias ribeirinhas. “Temos casos graves de exploração sexual de crianças e adolescentes, especialmente em Breves e Soure”, alertou o bispo, destacando que esses dados são baseados em informações do Conselho Tutelar, que analisou o índice de apenas dois municípios.

Fortalecimento da dimensão missionária

Questionado sobre as lições trazidas de sua experiência na Prelazia de Itacoatiara, no Amazonas, Dom José Ionilton enfatizou a necessidade de uma Igreja verdadeiramente missionária. “Precisamos fortalecer nossas equipes missionárias, formadas por missionários locais, que compreendam a realidade do Marajó e não imponham uma visão externa de Igreja”, afirmou.

O bispo destacou a importância de estar presente não apenas nas sedes municipais, mas também nas comunidades ribeirinhas e quilombolas, garantindo o acesso aos sacramentos, à Palavra de Deus e às ações pastorais sociais.

Esperança no pontificado do Papa Leão XIV

Sobre o pontificado do Papa Leão XIV, Dom José Ionilton demonstrou otimismo, reconhecendo o histórico missionário do novo pontífice. “Acredito que ele dará continuidade ao caminho já iniciado pelo Papa Francisco, fortalecendo uma Igreja missionária e comprometida com as causas sociais e ambientais”, destacou.

O bispo reforçou que o Papa Leão XIV, com sua experiência missionária no Peru, compreende os desafios da Igreja na Amazônia e na Pan-Amazônia, o que traz esperança para as comunidades da região.

“Mais do que mudanças significativas, eu diria que o Papa Leão XIV trará um fortalecimento das mudanças já iniciadas por Francisco”, concluiu Dom José Ionilton.

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