Google: pesquisadores fazem descoberta histórica sobre proteínas do corpo humano

Pesquisadores do Google DeepMind, empresa de inteligência artificial da Alphabet, catalogaram 71 milhões de mutações em proteínas do corpo humano. Ao classificá-las, eles descobriram que um terço delas poderia causar doenças graves. A descoberta amplia os horizontes da ciência, permitindo um melhor conhecimento sobre o funcionamento do corpo humano, além de representar também um avanço no combate a doenças.

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Descoberta histórica

Até agora, a ciência “só” havia catalogado cerca de 4 milhões de mutações nas 19.233 proteínas que compõem cada ser humano. Mas apenas 2% delas foram efetivamente estudadas, ou seja, quando se sabe se são benignos ou se podem causar doenças.Agora, com o uso da IA, os pesquisadores conseguiram classificar a maioria delas, aumentando o entendimento sobre o corpo humano.

Identificação das mutações nas proteínas é um avanço no combate a doenças (Imagem: Christoph Burgstedt/Shutterstock)

Sistema identifica se mutações podem causar doenças

A pesquisa foi publicada na revista científica Science. Os responsáveis pela descoberta, os cientistas da DeepMind, são os mesmos que desenvolveram há alguns anos o AlphaFold, um programa de IA capaz de prever a estrutura de quase todas as proteínas e considerado um dos maiores avanços da biologia computacional.

O que eles fizeram agora foi redesenhá-lo e reorientá-lo para detectar mutações na expressão de proteínas. Além disso, em seu treinamento, a nova ferramenta, AlphaMissense, classifica com alta probabilidade o impacto que essa variante pode ter na função da proteína.

Sabíamos que o AlphaFold era um modelo muito bom para prever a estrutura tridimensional de proteínas a partir de uma sequência massiva. Também sabíamos que essa estrutura 3D de proteínas é muito importante para sua função, basicamente revelando o que é. Através do treinamento, você vê milhões de sequências de proteínas e aprende como é uma sequência normal de proteínas. E quando recebemos um com uma mutação, ele pode nos dizer se é ruim ou não.

Jung Chen, pesquisador da Deep Mind e primeiro autor do estudo

Se sua função pode ser deduzida da estrutura, qualquer alteração nessa estrutura pode ser o resultado de uma mutação. E outra peça fundamental é a capacidade do AlphaMissense de aprender com as limitações evolutivas de sequências relacionadas.

Isso é muito parecido com a linguagem humana. Se substituirmos uma palavra de uma frase em inglês, uma pessoa que esteja familiarizada com o idioma pode ver imediatamente se essa substituição de palavra mudará o significado da frase ou não. O modelo atribui uma pontuação entre zero e um a cada uma das variantes e indica a probabilidade de que a variante seja patogênica. Por patogênico, queremos dizer que nossa variante patogênica tem maior probabilidade de estar associada ou causar uma doença.

Jung Chen, pesquisador da Deep Mind e primeiro autor do estudo

O AlphaMissense foi capaz de classificar 89% das 71 milhões de variantes. Destas, 57% eram provavelmente benignos e um terço possivelmente patogênicos. Dos 11% restantes, a IA não conseguiu medir o impacto das alterações. Segundo os pesquisadores, a precisão alcançada pela ferramenta é de 60%.

A descoberta pode ser uma grande aliada no desenvolvimento de medicamentos e tratamentos contra as doenças. As informações são do El País.

O primeiro passo para encontrar tratamentos é tentar entender bem a doença e, tanto para doenças complexas quanto raras, isso significa encontrar genes associados a elas. Ferramentas como o AlphaMissense podem ajudar-nos a descobrir potencialmente novos genes. Entendendo melhor a genética, poderemos ter opiniões mais fortes sobre alguns genes que talvez não tivéssemos certeza antes se estivessem relacionados à doença.

Žiga Avsec, pesquisador da DeepMind e coautor sênior do estudo

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Fonte: Olhar Digital 

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