Impulsionadas pelas mudanças climáticas, as ondas de calor estão se tornando mais longas e intensas em águas mais profundas, ameaçando espécies marinhas sensíveis. Desde o início da era industrial, os oceanos já absorveram 90% do excesso de calor proveniente da poluição de carbono promovida pela atividade humana.
Essas informações fazem parte de um estudo publicado nesta segunda-feira (18) na revista Nature Climate Change, segundo o qual isso pode afetar particularmente espécies que não podem se mover para escapar de águas excessivamente quentes, como corais e florestas de algas marinhas na Austrália e no Pacífico.
Os pesquisadores examinaram os impactos das ondas de calor em águas mais profundas, no que representa a primeira tentativa de analisar essa questão. Até agora, os cientistas tinham se concentrado principalmente na superfície oceânica.
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Estudo analisou ondas de calor marinhas ocorridas ao longo de 27 anos
Usando observações e modelagem no local, os autores do novo estudo investigaram ondas de calor marinhas de 1993 a 2019, englobando dados de até dois mil metros abaixo da superfície.
Eles descobriram que a intensidade era maior entre 50 e 200 metros de profundidade, ocasionalmente chegando a ser 19% mais forte do que na superfície. Além disso, essas ondas persistiram por até dois anos após o retorno das temperaturas superficiais normais.
Os cientistas analisaram uma medida proxy de estresse térmico conhecida como intensidade cumulativa e compararam com a distribuição da biodiversidade nos limites máximos de calor para ver áreas onde as criaturas marinhas são potencialmente mais vulneráveis a mudanças. Eles descobriram que essas condições de alto estresse se sobrepuseram em até 22% dos oceanos de forma global.
A variabilidade regional das ondas de calor marinhas e as diferentes condições oceânicas tornam complexa a medição da exposição da biodiversidade. No entanto, a pesquisa conseguiu determinar que o impacto na biodiversidade é provavelmente maior desde a superfície até uma profundidade de 250 metros.
Por fim, as maiores porções oceânicas classificadas como altamente expostas foram encontradas no Atlântico Norte e no Índico, em profundidades entre mil e dois mil metros.
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Fonte: Olhar Digital