O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já avisou que não tem pressa para colocar em votação projetos considerados prioridade pelos partidos do Centrão. Mais representativo na Câmara, o bloco pressiona para que os projetos da minirreforma eleitoral e o Marco Temporal sejam votados no Senado neste mês.
Para valer em 2024, a minirreforma eleitoral tem que ser aprovada e sancionada até 5 de outubro, mas Pacheco afirmou ontem (14/09) que talvez o Senado não tenha tempo hábil para avaliar o projeto.
Já o Marco Temporal foi mantido exatamente como veio da Câmara pelo senador Marcos Rogério (PL-RO). O texto será colocado em banho-maria. No início, Pacheco tendia a segurar o Marco Temporal em um aceno ao Supremo Tribunal Federal, que também discute o tema.
Agora, sem qualquer chance de se tornar ministro do STF, o presidente do Senado avança contra a Corte e propõe uma discussão sobre uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) para criminalizar o uso de todas as drogas. O assunto também é discutido no Supremo, que tem cinco votos a favor da descriminalização da maconha.
A ideia de Pacheco não foi muito bem recebida no Palácio do Planalto. O governo espera que a questão das drogas seja resolvida pelos ministros do STF, sem ter que atuar contra um Congresso majoritariamente conservador. A avaliação é que Pacheco “se mostra o conservador que sempre foi” e que está descartado definitivamente por Lula (PT) à vaga de Rosa Weber, que se aposenta ao final deste mês.
Fonte: Metrópoles