O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, afirmou nesta
quinta (25) acreditar que, com as medidas anunciadas pelo governo Lula (PT)
para a indústria, o preço do carro mais barato no mercado pode cair para abaixo
de R$ 60 mil.
De acordo com ele, isso pode valer inclusive para
veículos já produzidos e que estão nos estoques das companhias.
“O ministério da Fazenda está fazendo as
contas para ver a validade das medidas, se dará por um ano, seis meses, dois
meses. O tempo é fundamental para falar do tamanho da renúncia. A indústria
trabalha com um mínimo de 12 meses”, disse Leite.
Nesta quinta, o vice-presidente Geraldo Alckmin
anunciou um plano para reduzir preços de carros. A principal medida será a
redução de tributos para veículos de até R$ 120 mil, com a redução do IPI e do
PIS/Cofins.
As reduções nos preços finais dos veículos vão
variar de 1,5% até 10,96% -os descontos serão maiores para os carros mais
baratos. Além do preço, dois outros fatores serão levados em conta para
determinar o tamanho do desconto: a eficiência energética e a produção
nacional. O governo ainda vai especificar quantas faixas de redução haverá.
Na reunião, o governo informou que o pacote será
detalhado dentro de 15 dias. Até lá, o ministro Fernando Haddad (Fazenda)
realizará cálculos de medidas compensatórias para perda de receita com os
incentivos.
“Em 2013, nós comercializamos 3,8 milhões de
veículos em um ano. Neste momento, estamos trabalhando com 2,1 milhões. É uma
demanda reduzida, ainda muito longe daquele patamar”, disse Leite em
entrevista coletiva na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
durante a tarde.
“É um primeiro e importante passo para a
retomada da indústria automobilística do Brasil. As medidas podem impactar o
mercado entre 200 mil e 300 mil unidades, dependendo das regras.”
O objetivo inicial do pacote era reduzir os valores
iniciais de modelos compactos com motor 1.0 para algo entre R$ 50 mil e R$ 60
mil. Hoje, o automóvel mais barato vendido no Brasil é o Renault Kwid na versão
Zen, que custa R$ 69 mil.
Segundo o vice-presidente, os carros mais baratos
podem começar a serem vendidos por um valor abaixo de R$ 60 mil porque, além
das reduções tributárias, há a possibilidade de vendas diretas da indústria, o
que representaria um “desconto ex-tarifário importante”.
O governo federal afirma que a redução nos preços pode
atingir 33 modelos, de 11 marcas.
Os altos preços dos carros populares tornaram-se
tema frequente de reclamação do presidente Lula. “A fábrica de automóveis
não está vendendo bem, mas qual pobre pode comprar um carro popular de R$ 90
mil?”, questionou o petista, durante sessão inaugural do Conselho de
Desenvolvimento, Econômico e Social, no início do mês.
As conversas para definir as medidas foram feitas
diretamente entre o governo e as companhias do setor. Os detalhes do plano
foram fechados na quarta, durante reunião entre Lula, Alckmin e o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad.
Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias